domingo, 6 de junho de 2010

Que Dunga seja o mesmo


Em maio de 2009, eu tive a oportunidade de entrevistar Romário. O craque, o baixinho, o parceiro de Bebeto, na conquista do tetracampeonato mundial, em 1994. Era uma sexta-feira. Cheguei à redação por volta das 13 horas. Entre as pautas lá estava: “Vamos tentar falar com Romário, que chega hoje ao Estado para disputar um desafio de futevôlei entre Rio de Janeiro e Espírito Santo”. Na hora, como de costume, fiquei desesperada. E agora? Se eu não consegui? Me dei mal. Mas pow, era o Romário. Ele mesmo, Romário. Fiz várias ligações e nada. Até que recebi a informação de ele chegaria ao aeroporto de Vitória, às 21 horas. Combinei o horário com o Foratini, fotógrafo da coluna social Paulo Octavio.

Aeroporto vazio. Claro. O horário da chegada dele não tinha sido divulgado no jornal. Só estavam uns cinco fãs e o “assessor” capixaba do peixe. Ai ele me disse: “Oh, o Romário não vai falar aqui no aeroporto não. Estamos indo para Mata da Praia. Lá está tendo uma festa pra ele. Segue o carro, que lá ele fala”. Já eram quase 23 horas. Fomos. Chegamos. Cinco minutos se passaram e lá vem ele. Baixinho heim. Mais do que eu imaginava. Careca? Com olheira? Nossa, nosso craque ta velhinho. Como ele é baixinho. Sou maior que ele.

Mão na cintura e três beijinhos. Mesmo “velho”, Romário continua um galanteador. Simpático, respondeu todas as perguntas, sem titubear. Inclusive me falou o que eu sempre ouvia e lia nas suas entrevistas, mas o que eu sempre quis ouvir dele mesmo, frente a frente, como ali: Eu: Romário, quem foi seu melhor parceiro em campo no futebol? Ele: Bebeto. Continuamos o assunto. Por fim, ele me pergunta: “Você não é daquele tipo de imprensa que se me encontrar numa boate com uma mulher vai me dedurar né? Eu respondi: “Que isso? Claro que não!” Na mesma noite, ele foi para Casa Clube (boate). Foratini fotografou tudo. Na matéria, relatei tudo. Ele não bebe álcool, mas continua sim o galanteador. Nos dois dias seguintes, fiz a cobertura do peixe no desafio de futevôlei.

Sou fã, mas esperava mais. Romário não era o mesmo de 1994. Pelo menos pra mim. Chegou atrasado e no dia mais importante, da final, estava de mau humor e sem dormir. Já o Dunga, este sim parece ser o mesmo, de mau humor, ou não. E se for o mesmo, que dá época de capitão, que venha o hexa, porque esta seleção de 2010 é muito parecida com a de 1994, que não era unanimidade entre a torcida. Somos 190 milhões de técnicos, de torcedores, com uma só vontade. Dunga será questionado do início ao fim, com título, ou não. Em 94, já esperávamos 24 anos sem gritar é campeão. Em 2010, já são oito anos, não precisamos esperar mais, nem o Dunga.

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